Federação cria obstáculo ao Crescimento do Atletismo Nacional


 Recentemente, a Federação Portuguesa de Atletismo tomou uma decisão que tem deixado muitos clubes e atletas perplexos e insatisfeitos. A imposição de uma taxa extra de 150 euros aos clubes que não atinjam um mínimo de 5 atletas na Pista Coberta e 7 atletas na Pista Ar Livre que alcancem as marcas de pontuação definidas nas fases de apuramento parece não só injusta, mas também prejudicial para o desenvolvimento do atletismo em Portugal.

A justificação por trás desta medida é, alegadamente, incentivar os clubes a investirem na formação e no desenvolvimento dos seus atletas, estimulando a qualidade em detrimento da quantidade. No entanto, esta abordagem pode estar a falhar o alvo.

É compreensível que se pretenda elevar o nível competitivo do atletismo nacional, mas esta taxa extra poderá ter o efeito contrário. Clubes de menor dimensão ou com recursos mais limitados poderão agora hesitar em inscrever os seus atletas, temendo não atingir as marcas exigidas e, consequentemente, serem penalizados financeiramente. Isso poderá resultar na desistência de atletas promissores, privando-os de uma oportunidade de competir e de se desenvolver.

O atletismo em Portugal já enfrenta desafios significativos em termos de recursos e visibilidade. Esta taxa extra pode ser vista como um obstáculo adicional, afastando potenciais talentos e impedindo o crescimento da profundidade do atletismo nacional. Em vez de encorajar a participação e o desenvolvimento, a medida pode ter o efeito inverso, restringindo o acesso ao desporto e prejudicando a base da pirâmide de talentos.

Além disso, esta decisão contradiz uma das promessas eleitorais do presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, que defendia uma remodelação do modelo do Campeonato Nacional de Clubes. A ideia era criar fases regionais e um playoff nacional, proporcionando uma competição mais equilibrada e emocionante. No entanto, com a imposição desta taxa extra, o modelo atual permanece inalterado, frustrando as expectativas dos que esperavam uma reformulação tão necessária.

É crucial que a Federação Portuguesa de Atletismo reavalie esta decisão e considere alternativas que incentivem o crescimento do desporto em vez de o restringir. O atletismo é uma modalidade que pode beneficiar de uma abordagem inclusiva e aberta, que permita a todos os clubes e atletas competirem e se desenvolverem.  

É hora de repensar esta taxa extra e encontrar soluções mais equilibradas que beneficiem verdadeiramente o atletismo nacional. É hora de repensar o Atletismo. É hora das Associações Regionais repensarem que futuro querem para o Atletimo.


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